31 estudantes de uma única escola da rede pública de Alagoas conseguiram aprovação em universidades públicas por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O bom desempenho foi graças a um projeto voluntário da Escola Estadual de Educação Básica Pedro Joaquim de Jesus, localizada no município de Teotônio Vilela, a 122 km de Maceió.
Três deles conseguiram o 1º lugar nos cursos de engenharia civil, engenharia química e letras, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Houve aprovados também na Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) e na Universidade Federal de Sergipe (UFS) (veja a lista com os nomes e cursos dos aprovados ao fim do texto).
O número é quase oito vezes maior que o do ano anterior, quando apenas quatro alunos conseguiram aprovação. O desempenho da Escola Pedro Joaquim, entretanto, é exceção. Em 2015, apenas três escolas estaduais ficaram entre as que tiveram as 100 melhores médias do Enem em Alagoas.
Este ano, dos 200 alunos da escola aptos a prestar o Enem 2016, 50 se interessaram pelo projeto pedagógico e mais da metade conseguiu ser aprovada.
O projeto para a preparação dos estudantes foi idealizado pela diretora da escola, Fátima Pimentel, e concretizado com a ajuda da coordenadora pedagógica Anna Carolina e de ex-alunos da instituição, que atuaram como facilitadores voluntários.
“Eu queria mudar essa realidade porque sei que grande parte deles não pode pagar uma faculdade. Foi aí que criamos o Lab-Enem com ajuda de voluntários que adotaram didáticas para compartilhar conhecimentos e ajudar no estudo”, expõe a diretora.
“A convocação foi aberta a todos os estudantes, porém, a participação era voluntária. Na ocasião, foi estruturado uma didática dinâmica com a ajuda de recursos visuais, tecnológicos, discussões e simulados que integravam as diversas áreas do conhecimento”, conta a coordenadora Anna Carolina.
O estado afirma que tem trabalhado na reestruturação do ensino público e que os índices já devem apresentar resultado nas avaliações de 2016 e nos anos seguintes.
Algumas escolas estaduais mais bem equipadas são exemplos para as demais. A diretora da Pedro Joaquim conta que a escola atende a mais de 2.200 alunos nos três turnos, com uma estrutura de 12 salas de aula refrigeradas, biblioteca, auditório, laboratório de ciências e linguagem, refeitório, pátio, quadra de esporte e campo de futebol, mas que não basta a parte física, é preciso haver empenho dos profissionais da educação.
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