O ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, afirmou, em entrevista ao Canal Brasil, que está preocupado com a possibilidade de a presidente Dilma Rousseff não terminar o mandato. O petista disse ainda não acreditar na hipótese de um “golpe militar” e defendeu que as “forças democráticas” do país tentem dialogar.
As declarações do ex-ministro de Lula foram feitas em entrevista no programa “Preto no Branco”, apresentado pelo jornalista Jorge Bastos Moreno. Questionado se tem preocupação com a dificuldade de Dilma terminar o mandato, Tarso confessou estar preocupado com a situação.
“Tenho essa preocupação, sim. Tanto é verdade que eu sustento que o PT, se deve ter algum elemento de unidade hoje, é o apoio determinado, sério, organizado e dialogado com toda a sociedade de que a presidenta Dilma tem o direito de governar. Tem que ter estabilidade para governar, mesmo que seja para fazer esse ajuste que está aí”, afirmou.
Tarso, no entanto, descarta um golpe. “Não acho que o Brasil esteja inclinado, hoje, a receber um golpe militar ou coisa parecida. Não acredito nisso. Hoje nossas Forças Armadas têm maturidade e qualidade suficientes para preservar a sua condição de guardiã da Constituição, das fronteiras e de nossa estabilidade, assim como os demais poderes. Evidentemente, tem processos legais que podem ser levados a isso”, salientou.
O ex-governador do RS ainda criticou a aliança do PT com o PMDB. Para Tarso, essa coalizão já teve seu fim. “Acho que o PMDB tem obrigação de dar governabilidade ao governo da presidenta Dilma. Nós temos que defender seu mandato e honrar a votação popular. O PMDB tem obrigação com isso, mas entendo que meu partido deve pensar um novo sistema de alianças, cuja governabilidade não seja tão pragmática e imediatista como essas que se fizeram até agora em todos os governos”, opinou.
Na avaliação do petista, é necessário que o PT faça uma ampla reforma no sentido de continuar no caminho que anunciava no início de sua jornada. “Acho que o PT tem que fazer uma profunda reforma política, programática e também ético-moral para poder se reapresentar como um partido de utopia democrática no Brasil”, declarou.
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