Na avaliação do ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, o governo terá votos suficientes para que o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff não chegue nem às mãos do Senado Federal.
“Nós vamos enterrá-lo (o impeachment). Na Câmara. Não tenho dúvida de que a gente vai a 250, 255 votos”, assegurou Jacques Wagner, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.
O ministro, no entanto, admitiu que as medidas contracíclicas na economia, feitas pelo ex-ministro da Fazenda Guido Mantega e pela presidente Dilma no primeiro mandato, “produziram um problema fiscal (que Dilma) se impôs a consertar”, porém creditou o nível da crise política do país ao papel que a oposição veio desempenhando desde o fim das eleições de 2014.
“O erro para mim é muito mais da oposição, que fez uma agenda do ‘impeachment tapetão’ (…) A impopularidade de Dilma hoje é consequência de que a gente teve que consertar medidas tomadas em 2013 e 2014, que tiveram seu lado positivo e, como tudo na vida, também consequências ruins. Mas nunca teve dolo. A banalização do processo como recurso eleitoral é o ‘impeachment tapetão’, que não é com motivo, é para recorrer do jogo que perdi em campo. Mas isso também será cobrado da oposição, porque impopularidade não é crime”, analisou o ministro.
Questionado pela reportagem da “Folha” se o ajuste fiscal empreendido pelo ex-ministro Joaquim Levy foi exagerado, Jacques Wagner disse que “as pessoas só olham para as consequências negativas das medidas”. Para ele, o momento, agora, com Nelson Barbosa na Fazenda, é de crescimento.
“Modular com medidas que apontem para o crescimento. A meta é menos importante que a credibilidade. Não é retomada, é preparação para a retomada. Não acho que vamos retomar o crescimento em 2016, mas temos que ter um ambiente mais salutar”, salientou o ministro.
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