Politica

Supremo quer justificativas do governo sobre Reforma da Previdência

O Supremo Tribunal Federal – STF deu prazo de 10 dias para que o Governo Federal encaminhe informações sobre a PEC nº 287/2016, conhecida como Reforma da Previdência. A solicitação, emitida pelo ministro Celso de Mello, foi endereçada ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e ao presidente da República, Michel Temer. O objetivo é atender a um mandado de segurança, impetrado por 28 deputados da oposição, que questiona a falta de estudo atuarial.

De acordo com o mandado de segurança, o estudo atuarial é necessário para confirmar o desequilíbrio nas contas da Previdência e a consequente necessidade de alteração nas regras. Celso de Mello deverá aguardar as informações solicitadas antes de decidir sobre o acolhimento ou não do mandado. Se o fizer, a tramitação da matéria será suspensa na Câmara.

A oposição argumenta ainda que a elaboração da PEC ocorreu à revelia do Conselho Nacional de Previdência Social, órgão superior da Administração Federal de deliberação colegiada, com representação dos trabalhadores e do governo, cuja finalidade, entre outras, é justamente a de discutir assuntos de interesse previdenciário dos trabalhadores.

O que é o estudo atuarial?

O advogado e professor de Direito Jorge Ulisses Jacoby Fernandes ensina que a ciência atuarial emprega conhecimentos matemáticos, estatísticos e financeiros para análise de riscos e expectativas, em especial em assuntos que envolvam previdência pública e privada, fundos de pensão, saúde suplementar ou seguros diversos.

“Para que haja um embasamento das decisões tomadas no âmbito dessas áreas, costuma-se realizar um levantamento prévio das informações que apontarão os segmentos que exigem aprimoramento. A essa pesquisa dá-se o nome de estudo atuarial”, ensina.

Desse modo, para os deputados, a necessidade de apresentação desse estudo está embasada nos art. 40 e 201 da Constituição Federal e no art. 1º da Lei nº 9.717/1998. Assim, segundo o professor, se o estudo já existir, o governo deverá apenas anexá-lo à PEC.

“Caso não haja, pode ser necessário mais tempo. Afinal, um levantamento de tamanha complexidade não se faz em um prazo tão curto. Vamos aguardar o desenrolar dos fatos para saber se essa proposta, tão importante para garantia da aposentadoria, terá ou não andamento”, conclui Jacoby Fernandes.

Redação Brasil News

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  • Brasil terá, com Temer, a pior aposentadoria do mundo
    Brasil terá regra do INSS mais dura que outros países
    Aposentadoria no Brasil pode ficar mais difícil do que em países ricos
    Proposta do Governo para Previdência reforça desigualdade social no Brasil

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