Lula: “o jogo não acaba”
Após conversar com inúmeros senadores e agentes políticos na semana passada, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria afirmado que “o jogo não acaba” com a possível admissibilidade do processo pelo Senado e o provável afastamento da presidente Dilma Rousseff na próxima quinta-feira (12).
Na avaliação do petista, o virtual início do governo Michel Temer (PMDB) não vai configurar a volta da estabilidade política, como creem os aliados do vice-presidente, e que as turbulências devem continuar até as eleições de 2018.
“Ele tem convicção de que não vai parar por aqui. Aquela ideia que tentaram passar de que a votação na Câmara representava uma nova hegemonia estável no Congresso e no País e de que o jogo acabou não existe”, disse um interlocutor do ex-presidente.
A avaliação do petista é baseada nas conversas que teve com senadores ao longo da semana e em pesquisas quantitativas e qualitativas às quais teve acesso. Pesquisas apontam que houve uma mudança de percepção por parte da população desde a votação na Câmara.
Na Região Nordeste, por exemplo, a quantidade de contrários ao impeachment hoje é maioria. No Sudeste, porém, ainda predomina a ideia do afastamento de Dilma, mas o volume de eleitores contrários ao processo subiu.
Ex-presidente Lula não comenta situação de Cunha
Lula quase não tem falado do afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Segundo interlocutores, Lula diz que aceita se mantém em silêncio quanto ao assunto. “Tem um aspecto especulativo se Lula começar a opinar sobre este tema”, aponta um aliado.