Anuncio de corte de despesas do governo foi adiado

A equipe econômica do Governo Federal deverá adiar o anúncio do corte de despesas que seria divulgado nesta semana. Os indicadores dos últimos dias se mostraram positivos, com expectativa de aumento da arrecadação, o que tornaria desnecessária uma drástica medida de contingenciamento. O anúncio, caso necessário, somente será realizado depois do julgamento do processo de impeachment da presidente, Dilma Rousseff.

A estimativa é que a União possa cortar até R$ 20 bilhões de despesas. O objetivo é cumprir o déficit estipulado na meta fiscal para 2016 de R$ 170,5 bilhões no governo central. Os ministros envolvidos com a economia realizarão levantamento em suas pastas para saber de que forma podem “reanimar o mercado”. Além disso, o mapeamento conterá uma análise das medidas em discussão no Congresso e seus possíveis impactos econômicos.

Dois pontos de preocupação são a valorização do real dos últimos dias, que tem dificultado a competitividade de empresas brasileiras no exterior, e a administração dos Correios. O Governo estuda medidas para aprimorar a gestão no órgão e torná-lo sustentável, já que a empresa vem fechando deficitária nos últimos anos — para 2016, a expectativa é de prejuízo na ordem de R$ 2 bilhões. Certos setores dos Correios podem ser vendidos para parceiros privados.

É preciso aprimorar o modelo

De acordo com o advogado e professor de Direito Jorge Ulisses Jacoby Fernandes, em momentos de crise, o contingenciamento é uma medida enérgica, porém, necessária.

“Exige planejamento e estratégia, por isso os governantes relutam em fazê-lo: um erro pode gerar resultado contrário ao que se imaginava. Se cortarem verbas de investimentos cruciais, por exemplo, o país fica estagnado e não consegue superar a crise”, afirma.

Conforme o professor, não pode o gestor, contudo, simplesmente reduzir gastos e imaginar que tudo será resolvido. É preciso aprimorar o modelo de gestão e restringir os supérfluos, buscando fontes alternativas de arrecadação e estimulando a produtividade.

Redação Brasil News

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