TCU aponta déficit de R$ 227 bilhões na Previdência Social em 2016
Um levantamento realizado pelo Tribunal de Contas da União – TCU revelou que em 2016 a Previdência Social acumulou déficit de R$ 226,9 bilhões. O estudo mostra que, entre 2007 e 2016, o rombo previdenciário cresceu 54%. Os resultados foram apresentados pelo relator do processo e vice-presidente do Tribunal, ministro José Múcio Monteiro, durante sessão plenária realizada ontem, 21.
Monteiro destacou um dado importante nesse crescimento das despesas previdenciárias: na comparação com o Produto Interno Produto – PIB, a diferença saltou de 8,74% para 9,87% no período analisado. Isso significa, na prática, que o gasto com a Previdência é quase 10% maior que o crescimento da produção do País, o que seria um grave indício de desequilíbrio nas contas.
O relatório conclui que, caso a situação não melhore, a estimativa é de que em 2060 as despesas com a Previdência Social cheguem a quase 20% do PIB.
Clique aqui para acessar na íntegra o levantamento realizado pelo TCU.
Reforma da Previdência e o impacto no PIB brasileiro
De acordo com o advogado e professor de Direito Jorge Ulisses Jacoby Fernandes, 20% do PIB é um dado alarmante do ponto de vista orçamentário.
“Isso significaria que 1/5 de tudo o que é produzido no Brasil seria utilizado para custear aposentadorias e pensões. Para efeito de comparação: os EUA consomem 6,7% do PIB com Previdência. A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento – OCDE divulgou que a média dos países integrantes é 7,9% do PIB”, afirma.
Segundo o professor, esse percentual é muito elevado e impacta na redução do montante disponível para investimentos e retorno para a própria população na prestação de serviços públicos.
“Seriam suprimidos investimentos em educação, saúde, segurança, mobilidade e geração de empregos. Isso agravaria os problemas sociais e geraria um círculo vicioso de pobreza, precarização e fuga de investidores. Essa é uma das razões pela qual a aprovação da reforma da Previdência é tão importante para o País. Se nada for feito, o déficit aumentará e as futuras gerações correm o risco de não conseguir se aposentar”, ressalta Jacoby Fernandes.