Repressão Religiosa na Nicarágua continua
Daniel Ortega, o ditador da Nicarágua, continua sua onda de repressão contra a Igreja Católica, expulsando duas freiras do país.
As religiosas fugiram para a Costa Rica, seu país de origem, na quarta-feira, dia 12.
Ortega, aliado do ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, classificou os bispos da Conferência Episcopal da Nicarágua (CEN) como “terroristas”.
Ele acusa a Igreja Católica de apoiar os protestos antigovernamentais de 2018, quando a população se levantou contra a escalada autoritária no país.
Desde então, o ditador rotula as manifestações democráticas como uma “tentativa de golpe”.
Repressão vem desde o início do ano
Essa não é a primeira vez que o ditador da Nicarágua ataca os religiosos. Em fevereiro, por exemplo, Ortega mandou prender o bispo Rolando Álvarez, um crítico ferrenho da ditadura, e o Judiciário acatou.
O bispo foi condenado a mais de 26 anos de prisão por supostamente “minar o Estado e a sociedade nicaraguense” e “espalhar notícias falsas”, sem possibilidade de defesa ou refutação das acusações.
Desde 2018, milhares de nicaraguenses têm fugido do país para evitar perseguição política, segundo a organização Human Rights Watch. Muitos cidadãos estão detidos de forma arbitrária. Os bispos da Conferência Episcopal têm atuado como mediadores do conflito entre os manifestantes e a ditadura desde aquela época.
Ortega assegurou seu quinto mandato como presidente em 2021 e, desde então, tem usado a lei de segurança nacional para prender candidatos da oposição, jornalistas, ativistas de direitos humanos e religiosos.