José Eduardo Cardozo: história recente do Brasil teve influência externa
“Não tenho dúvidas de que a história recente do Brasil contou com uma influência externa muito forte”. A afirmação é do advogado e ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Defensor de Dilma Rousseff no período de impeachment, ele lembrou ainda, em entrevista à Revista Nordeste, que à época, há quase três anos, “o Brasil crescia, o Brasil se colocava no mundo, e era visto como um país pujante, respeitado, empresas brasileiras conquistavam o mercado lá fora”.
Nesse contexto, salientou, “a Petrobrás era uma das maiores petrolíferas do mundo, pela descoberta do pré-sal”.
Para o advogado, a história revelará, um dia, que houve influência externa muito grande nos últimos anos no Brasil. Isso, em sua avaliação, foi o que motivou situações que temos visto no país: “golpe de Estado, que o Brasil teve desmantelada a atuação de várias de suas empresas. Porque no exterior, quando se combate a corrupção, se prende as pessoas físicas, mas não se acabam as empresas. No Brasil, não. Prendemos e acabam as empresas”.
José Eduardo Cardozo afirmou ainda acreditar que a assinatura, durante o governo Dilma Rousseff, de compromisso de atuação do BRICS também foi motivador para o impeachment. “Outras iniciativas do governo brasileiro, como as decisões que tomamos do pré-sal, motivaram algumas ações externas. Eu não tenho provas, repito. Tenho apenas convicções”, salientou.
Stablischment político
O advogado, que é também professor universitário, avaliou formou-se uma aliança muito forte, à época do afastamento de Dilma Rousseff da Presidência da República, “comandada por Eduardo Cunha e, também, Michel Temer para derrubar o governo”. Segundo ele, Graça Foster dentro da Petrobrás incomodou muitos “agregados” a esse processo (de impeachment).
Condenação de Lula
José Eduardo Cardozo analisou ainda que o ex-presidente Lula, na verdade, pagou e está pagando o preço de “ser um dos maiores líderes mundiais e que se projeta numa luta contra o imperialismo e contra a exploração do capital”.
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