Depois de sabatina, Janot é aprovado para Procurado-Geral da República
Após dez horas de sabatina, o Senado aprovou o nome de Rodrigo Janot para mais um mandato à frente da Procuradoria-Geral da República. Ele ficou frente a frente com os senadores investigados na Operação Lava Jato.
Nesta quarta-feira (26) os seguranças do Senado ficaram tensos com o clima. Afinal dez dos investigados na Operação Lava Jato foram pessoalmente ouvir, confrontar e encarar o procurador Rodrigo Janot.
Questionado, ele negou um acordão para favorecer aliados do governo e também disse que não divulgou informações específicas de investigados. O procurador disse também que o país vive um momento em que fatos graves são apurados e negou a existência de um suposto acordão com o governo e políticos: “Ainda que eu quisesse fazer um acordo desse, eu teria que combinar com os russos. Eu tenho assim, são 20 colegas que trabalham nesse, nessa questão, e mais um grupo de delegados muito preparados e muito profissionais da Polícia Federal”, afirrmou.
A votação em plenário foi rápida e tranquila. Em menos de dez minutos os senadores aprovaram a recondução de Rodrigo Janot como procurador-geral da Republica por mais dois anos. Ele teve 59 votos favoráveis, 18 além do mínimo necessário. Foram doze contra e uma abstenção.
O senador Fernando Collor, do PTB-AL, levantou suspeitas e fez acusações contra o procurador. Collor foi denunciado por Janot por corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Janot disse apenas: “Pau que dá em Chico, dá em Francisco e transmite à sociedade um recado essencial de igualdade, de republicanismo, de isenção de privilégios, de impessoalidade e antes de tudo de funcionamento regular do Estado.”
No momento mais tenso, o senador Collor acusou Janot de divulgar extraoficialmente e de forma seletiva informações sobre a Operação Lava Jato: “Nós estamos aqui diante de um catedrático. Em vazar informações. Vazar informações que correm sob segredo de Justiça e violar segredo de Justiça é crime previsto no Código Penal”, acusou o senador.
Janot disse que nunca fez divulgação seletiva de informações ou de nomes de investigados. “Alguns meios de comunicação deram a chamada lista do Janot. Alguns acertaram nomes, outros erraram nomes, e não se vaza nome errado. Eu nego, portanto, que eu seja um vazador contumaz”, salientou o procurador.