Situação do chefe da AGU se complica e Temer pode demiti-lo
A situação do advogado-geral da União, Fábio Medina Osório é crítica. Ele pode ser, ainda nas próximas horas, o terceiro auxiliar do presidente em exercício Michel Temer a perder o cargo no novo governo.
Osório criou inúmeros problemas para o Planalto desde que assumiu seu posto e já perdeu o apoio inclusive do seu “padrinho” político, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.
O governo atribui a ele dezenas de confusões que está enfrentando nos últimos dias. Uma delas, inclusive, em relação à “errada estratégia” usada no caso da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), cuja presidência foi devolvida a Ricardo Melo, na última quinta-feira por meio de uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Tóffoli.
Segundo auxiliares do presidente em exercício, no caso da EBC, ele cometeu pelo menos dois erros, que estão dificultando a vida do governo. Primeiro demoveu o Planalto da ideia de editar, de imediato, a Medida Provisória, que mudaria o estatuto da EBC, acabando com o mandato de quatro anos do seu titular e reduzindo o poder do conselho curador da EBC, que é arranjado por 22 membros, escolhidos pelo Presidente da República, sendo 15 deles da sociedade civil.
Fábio Osório garantiu que o governo não precisaria ter pressa para fazer esta alteração porque acreditava que a questão seria resolvida na Justiça, que defenderia o pedido de retorno de Ricardo Melo. Além disso, a defesa teria usado argumentos errados.
Atrito com Cardozo
E tem mais. Sem consultar Temer ou Padilha, Fábio Osório questionou o desemprenho do seu antecessor, José Eduardo Cardozo, na defesa da presidente afastada, Dilma Rousseff, no início do processo de impeachment.
Quando fez isso, Fábio Osório deu brechas para uma frente de batalha que o governo considerava, desnecessária, naquele momento. Ele também criou desconforto com a Polícia Federal e com o Ministério Público, duas frentes que Planalto queria se manter neutro, sem criar marolas.
Por essas e outras, o comportamento de Fábio Osório tem sido questionado por Temer e diversos auxiliares do presidente em exercício. “Ele ficou deslumbrado com o cargo e agiu de forma indevida em muitos casos”, teria opinado um interlocutor do Planalto ao lembrar que até os servidores da própria AGU já fizeram chegar à Presidência inúmeras críticas a ele, pelas suas ações. “Está ficando muito difícil de conviver com ele”, completou outro assessor palaciano. “A sua situação está extremamente delicada”, acentuou.