Auditor-robô do TCU gerou economia milionária
De acordo com o secretário de Gestão de Informações para Controle Externo do Tribunal de Contas da União – TCU, Wesley Vaz, a inteligência artificial tem potencial gigante para auxiliar o Poder Público. Um exemplo é o auditor-robô do TCU, que analisou 202 processos de contratações, em um valor total de R$ 5,8 bilhões, e conseguiu a economia de R$ 80 milhões.
Segundo o secretário, a utilização das ferramentas com inteligência artificial é fruto de um investimento de 10 anos do órgão, juntando e solicitando informações do Poder Público. “O ativo do TCU construído é tão forte que decidimos que, para o ecossistema de controle, iríamos disponibilizar essas informações. Hoje o Ministério Público, Receita Federal e tribunais de contas têm acesso a essas informações e aos algoritmos que dela advém”, explica.
Wesley Vaz defendeu o uso de inteligência artificial pelo Poder Público. Conforme o secretário, falar de IA é reconhecer que o governo também é incentivador de um mercado que vai gerar riqueza. “O governo talvez esteja diante de um conjunto de ativos que, se bem disponibilizados, podem fazer com que não só arrume seus próprios problemas, mas os problemas que têm impacto na sociedade”, destaca.
Segundo o advogado e professor de Direito Jorge Ulisses Jacoby Fernandes, enxergar as múltiplas possibilidades do uso de tecnologia da informação é fascinante. “O esforço dos diversos órgãos da Administração, na seara dos Poderes Executivo, Legislativo e Executivo, tem frutificado em exemplos eficientes que dão cumprimento aos princípios administrativos, em especial os da transparência, economicidade, publicidade e eficiência”, destaca.
Sistema Bem-Te-Vi
O Tribunal Superior do Trabalho – TST ampliou a funcionalidade do sistema Bem-Te-Vi, que gerencia processos judiciais com inteligência artificial. Desde o começo de maio, a ferramenta permite a análise automática da observância de prazos dos processos. A novidade é resultado do trabalho de uma equipe da Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação, que trabalhou por 20 meses para desenvolver o sistema.
Segundo o secretário de TI, Humberto Magalhães Ayres, o projeto é inédito na Justiça do Trabalho e servirá para que os servidores dos gabinetes ganhem tempo na análise dos processos recebidos. “Quando chega ao gabinete, o processo exige uma leitura global que demanda muito tempo. Desenvolvemos, então, uma maneira de sinalizar para o responsável por esse exame a probabilidade de esses processos terem sido interpostos dentro do prazo, por meio de cores”, explicou. Atualmente, cerca de 3% dos processos que chegam anualmente ao TST são apresentados fora do prazo.
A próxima fase do projeto é incluir alertas para indicar os impedimentos dos ministros do TST no julgamento de determinado processo no sistema Bem-te-Vi. O gabinete da ministra Maria Cristina Peduzzi está sendo utilizado como projeto piloto.
Assistente virtual para compras
Em março deste ano, entrou em funcionamento um novo assistente virtual para compras públicas: Logística com Inteligência Artificial – LIA, que auxilia empresários que fornecem bens e serviços ao Executivo federal, pregoeiros, servidores públicos e cidadãos. A ferramenta permite a comunicação com o usuário por intermédio de um chatbot – serviço de conversa e interação online por aplicativo de mensagens.
Segundo o Ministério da Economia, um dos diferenciais da LIA é a capacidade de entender o que o usuário quer e de aprender com ele. Isto não ocorre em outros chatbots, que são baseados em regras e respondem a partir de palavras-chaves previamente cadastradas. “A inteligência artificial da LIA abre uma nova era nos processos de contratações públicas”, afirmou o secretário de Gestão do Ministério da Economia, Cristiano Heckert.