FMI autoriza US$ 4,7 bilhões para Argentina após reformas ‘ousadas’ de Milei
As medidas de redução de custos do presidente recém-eleito atraíram duras críticas e protestos nas últimas semanas.
O Fundo Monetário Internacional aprovou na quarta-feira, 31 de janeiro, 4,7 mil milhões de dólares para a Argentina, apoiando a nova administração do presidente Javier Milei, à medida que este promulga cortes massivos de custos para colocar a economia em dificuldades do país de volta aos trilhos.
O desembolso destina-se a “apoiar os fortes esforços políticos das novas autoridades para restaurar a estabilidade macroeconómica”, afirmou o FMI num comunicado.
Milei, um libertário que se autodenomina “anarcocapitalista”, assumiu o cargo em dezembro prometendo cortar gastos e acabar com décadas de crise econômica na terceira maior economia da América do Sul, onde a inflação anual é superior a 200%.
chefe do FMI, Kristalina Georgieva, elogiou as “ações ousadas do governo para restaurar a estabilidade macroeconómica e… resolver os impedimentos de longa data ao crescimento”.
Milei, um outsider de 53 anos, obteve uma vitória eleitoral retumbante numa onda de fúria causada pelas décadas de crise económica do país, marcadas pela dívida, pela impressão desenfreada de dinheiro, pela inflação e pelo défice fiscal. Mas as suas medidas de redução de custos também provocaram reações e protestos.
Elogios… e reação
Milei iniciou o seu mandato desvalorizando o peso em mais de 50%, cortando os subsídios estatais para combustíveis e transportes, reduzindo o número de ministérios para metade e eliminando centenas de regras para desregulamentar a economia. As “ações iniciais do governo alertaram para uma crise na balança de pagamentos, embora o caminho para a estabilização seja desafiador”, disse Georgieva.
O FMI veio no mesmo dia em que a câmara baixa do Congresso da Argentina começou a anunciar o que se espera ser uma maratona de debate sobre o megaprojecto de Milei para reformar a economia, a política e até mesmo alguns aspectos da vida privada – abordando tudo, desde questões culturais até ao sistema penal. código para o divórcio.
Milei não detém a maioria no Congresso e os legisladores da oposição moderada alertaram que procurarão novas alterações ao projeto de lei, em particular na delicada questão da delegação de poderes especiais ao executivo numa emergência económica, e no âmbito e extensão das privatizações.