Procuradoria-Geral reúne provas para pedir afastamento de Cunha do cargo
Depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizar o sequestro de R$ 9,6 milhões depositados em contas na Suíça apontadas como sendo de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a Procuradoria-Geral da República aumentou a procura por mais provas para embasar um eventual pedido de afastamento do parlamentar da presidência da Câmara.
Agora, profissionais que assessoram o procurador-geral, Rodrigo Janot, compilam indícios que apontariam que Cunha utilizou o cargo para dificultar as investigações durante a operação Lava Jato. Caso a suspeita seja comprovada, a Procuradoria formalizará o pedido.
O resgate dos recursos foi solicitado por Janot ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF. Isso porque existiriam evidências de que as contas teriam sido alimentadas com propinas oriundas de contratos da Petrobras.
A medida se faz necessária porque as investigações da Suíça sobre o parlamentar foram transferidas para o Brasil. Por isso, existia a chance de o bloqueio feito pelas autoridades daquele país perder efeito, permitindo a ele a retomada dos valores.
Em abril deste ano, as autoridades da Suíça bloquearam 2,469 milhões de francos suíços (R$ 9,6 milhões) em duas contas, sendo uma com titularidade de Cunha (R$ 9 milhões) e outra de sua esposa.
Investigação
O Ministério Público da Suíça associou quatro contas ao deputado, com cópia de passaporte diplomático, endereço de sua casa, no Rio, e assinatura. Em depoimento à CPI da Petrobras, o presidente da Câmara negou ter conta fora do país.